sexta-feira, 7 de abril de 2006

Caminhos ilusórios

Na ilusão dos caminhos
Vêm esses homens-meninos
fazem que amam ...ou não
mostram sorrisos caninos
e, como se viessem...vão.

Sentimentos falsos!
toda as palavras , vãs,
e, às lágrimas desperdiçadas
jazem mulheres dilaceradas
banhadas no vinho, em divãs.

Nos corpos velhos, cansaço
os sonhos fogem dali
fica na boca um amargo
a sensação de fiasco...
e vence a solidão em si.

sábado, 18 de fevereiro de 2006

Ainda resisto um pouco
à idéia de soltar-te
porque voltei a viver
pela ilusão de te amar


queria pôr-te de lado
e apenas lembrar-te
ao encontrar um poema
no fundo de uma gaveta


fico pensando se resistirá a amizade
que é só o que podes me oferecer
esse sentimento distante, constrangido
que não sabe dizer não, nem sim...

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

quero chorar, chorar
até escorrer pelo ralo
e sumir

terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

Se eu me deixasse ficar um pouquinho mais
Seria tarde para voltar
Já não poderia viver sem teu olhar
E tua presença não me abandonaria jamais

Mais um minuto e estaria para sempre cativa
dependente do teu abraço
aprisionada por teus beijos
e abandonadamente obstinada em te dar prazer

Bastaria que proferisses duas palavras
Pra me prender eternamente
na tua teia de cetim e pétalas
condenar-me ao teu abraço, quente, acolhedor

Mais um instante e tu já não temerias mais nada
não te importaria o redor
somente te lembraria me amar
E, na sua hora, anunciar-se-ia o amanhã, por nós.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006


Vou quebrando
e juntando
os cacos
pelo caminho

Fragmentos
colados
coloridos
revividos
empoeirados
são o que sou

Cada pedaço de mim
é como navalha afiada
viver é morrer todo o dia
sobreviver aos cortes
ser feliz é amar
o mosaico que me compõe

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

máscaras

Em casa
se esconde
sob máscaras
a paixão
que um dia
aconteceu

mas as máscaras
já não podem
ser arrancadas
fazem parte
de um contexto
em que o ardor
esqueceu de existir.
Foi-se a paixão? resiste o amor
E agora, o que fazer
pra completar o que falta
e inspirar o poema
que fere por não brotar?

As palavras já não saltam
ficam pairando no ar
tocam meus lábios de leve,
já sem o soluçar.

Já nada arranha a garganta
já não urge tocar-te - será?-
Agora só o que quero
é te ver feliz!
Em todos os lugares eu te busco
Já não dá pra disfarçar
Freneticamente,
te espero passar

Mas nossos destinos
já não se cruzam
tu escolheste
outro caminho

E meu amor ficou ali,
jogado no chão
pra ser pisoteado
pela tua indiferença

que tu disfarças
quando me falas
e, depois...foges
pra longe de mim.
Meu colo está sempre a tua espera,
mesmo que nunca mais
nos encontremos
E meus olhos,
vivem buscando os teus
até que a luz se perca na noite

quero ler-te, saber-te são
corpo e alma alimentados
mas sinto, pressinto, intuo
o vazio, uma desilusão
que eu não posso curar
(que não me cabe curar)

domingo, 5 de fevereiro de 2006

desamar-te

Queria desamar-te de repente
Assim como de repente te amei
As poucas recordações que tenho
Viriam de vez em quando
Num texto elegante, indiferente

Já não me acompanhariam
sem sossego, a todo o lugar,
as lembranças de ti, querido,
eu poderia viver novamente
encontrar quem pudesse me amar.

Mas não consigo...te amo tanto
E por meu amor nada te pedir
Só cresce esse meu sentimento
Em meio a todo o teu desapreço
No silêncio que vem me consumir.

Recomeço

Recomeço

Naquele dia, acordei reversa
Já o vazio não era tão grande
E percebi que retomava
Minha própria dimensão
Reflexão

A vida invocava seu curso
Recomeçar é preciso
Por mim e mais ninguém
Chegara a hora de ir
Além

A face maldita, quem sabe
limitar-se-ia a algum poema
De rosas negras e morcegos
Ou sobre um dia nublado
Adormecido

Descrença


Em teus olhos vi a esperança
e a tristeza de não se realizar
Tua voz é de descrença
de quem acreditou um dia poder acreditar.

E, então sigo na roda da vida
já sem saber o que falar...
Eu que sempre soube todas as palavras
Calo diante do teu olhar.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

Minha inspiração
são teu olhar e o teu carinho,
o som dos gemidos,
os nossos corpos suados,
esse sentimento que se avoluma
e me toma inteira,
pra me jogar na solidão
da tua ausência.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

Tu és o refúgio da minha mente inquieta
É a ti que evoco quando já não suporto
Os problemas do dia-a-dia
As discussões sem motivos
As rusgas de ódio, tristezas sem fim...

E quando todos os pensamentos
Parecem querer me esmagar
São teus olhos, lindos, ávidos
Tão vivos na minha lembrança
Que me acalmam, sossegam o espírito.

Fico, então, vagando
numa outra dimensão
Onde a esperança me leva
E o caminho e a atenção de que preciso
Estão tão presentes que me fazem sorrir.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

A noite, quando me deito
é como se estivesses ao meu lado
No travesseiro sinto o calor do teu ombro
E na cadência, intuida, do teu coração
adormeço para te encontrar.
Em meus sonhos...tu estás.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

última vez

Fui feliz pela última vez
não sabia que era a última
...mas foi...
E agora, como fico
Se tudo foi uma mentira???
Até a lembrança roubaram de mim
De última vez que eu fui feliz.

falta

Sinto falta de não ver
a alegria no teu olhar
De querer que fosse eu
a te fazer feliz
Porque se é dono,
eternamente
do riso que se faz rir

onde está?

Nunca mais ouvi tua voz
nem olhei nos olhos teus
ou li tuas palavras casuais
nenhum beijo ou carinho...
nada mais

Fico pensando por onde estarás
Talvez vivas com outra-certeza-
o que desejei para nós
Ou apenas estejas - duvido,
ainda perdido dentro de ti.

Acho mesmo que a alegria
que habitou meu coração
hoje vive no teu ser...
porque, senão...como explicar
que ela tenha sumido assim,
tão completamente de mim??
Quero não te encontrar
E não te encontrando, sofro
quero te odiar e,
mesmo odiando, te amo

Mas é um amor que dilacera
que, como o ódio, não cicatriza
...nunca...nunca...nunca...
porque não consegue crer nessa distância

batalha

A cada dia que passa
espero não pensar em ti
Tento me convencer
que não és quem eu pensei
pra desiludir de vez
quem sabe te desprezar
e me desprender de ti,
definitivamente, amor!

anacrônico

Os anos carregam a esperança
Os dias fazem pesar o viver
Mas quando a paixão chega,
esqueço de tudo..
prá logo cair na solidão.

Tudo tão rápido..
que fica apenas
o vislumbre-pueril-
de um sentimento
anacrônico!

paixão juvenil

Ah...
quem diria!
ainda sou capaz de sentir
essa paixão juvenil
que rói, esquenta, faz viver!

Mas...
a alma já cansada
não aguenta
a dor da desilusão
que sempre vem depois.