quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

máscaras

Em casa
se esconde
sob máscaras
a paixão
que um dia
aconteceu

mas as máscaras
já não podem
ser arrancadas
fazem parte
de um contexto
em que o ardor
esqueceu de existir.
Foi-se a paixão? resiste o amor
E agora, o que fazer
pra completar o que falta
e inspirar o poema
que fere por não brotar?

As palavras já não saltam
ficam pairando no ar
tocam meus lábios de leve,
já sem o soluçar.

Já nada arranha a garganta
já não urge tocar-te - será?-
Agora só o que quero
é te ver feliz!
Em todos os lugares eu te busco
Já não dá pra disfarçar
Freneticamente,
te espero passar

Mas nossos destinos
já não se cruzam
tu escolheste
outro caminho

E meu amor ficou ali,
jogado no chão
pra ser pisoteado
pela tua indiferença

que tu disfarças
quando me falas
e, depois...foges
pra longe de mim.
Meu colo está sempre a tua espera,
mesmo que nunca mais
nos encontremos
E meus olhos,
vivem buscando os teus
até que a luz se perca na noite

quero ler-te, saber-te são
corpo e alma alimentados
mas sinto, pressinto, intuo
o vazio, uma desilusão
que eu não posso curar
(que não me cabe curar)