quinta-feira, 12 de novembro de 2009

bipolar

E o amor, minha vida, não se vai...
Fica no peito,deleita e castiga
mostra, sem dó, seu humor bipolar.

sem máscaras

Quando as máscaras se espalharem pelo chão...
Só então meu olhar tocará o teu
E o que era corpo e desejo,
num beijo, será amor.

sábado, 23 de maio de 2009

Queria de ti...

Iríamos, eu e tu, vivenciar uma intensa oficina, amoral, impetuosa, incontrolável... remexer sentimentos até que sangrassem palavras , em um fluxo incontrolável. De ti para mim... de mim para ti. Verso e prosa em um único corpo... visceral... talvez insuportável... insustentável... e por isso mesmo, maravilhoso. Os corpos são apêndices de nossos delírios. Instrumentos mal aproveitados urgindo por experiências sensoriais não racionalizadas... Que posso fazer se cada vivência dói como faca na carne? A não-vivência dói ainda mais. Anestesio-me com fumaças e líquidos, lascívias, tesões. Falta algo... sempre... falta o que completa a criatura. Amor não tem nada a ver com isso... como se já não coubesse num quarto fechado, ou só coubesse ali... Teus olhos já não são teus olhos... tuas palavras não sei de onde vêm... Os sons rondam meus neurônios feito música... e o grito, encarcerado, sobe por paredes do meu ser, sem conseguir se livrar das amarras que eu mesma criei. O real e o não real se fundem... A essência e o nada são o mesmo. Então, que diferença faz se sou boa ou má? Se te odeio ou te amo? Se ergo a lança ou curo a carne? Uma única sinfonia é o resultado dos temores e prazeres que acumulamos pela vida afora... executada uma única vez... mas que ecoa infinitamente através de cânions inexploráveis da existência. Talvez a resposta esteja em perceber cada assovio, cada sussurro, em meio a tanto barulho. Traduzi-los, por palavras, em comunhão, seria alcançar a perfeição... ou a morte.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Fim...

O ano passou...
Queria não ter desejado que te importasses...
ao invés de apenas te interessar o que vem de mim
E que tivesses -junto com o desejo- me amado...
um pouco como te amei!

Queria que tivesse ficado algo de bom
não essa sensação de ter jogado fora
meus dias, minhas lágrimas....e esse amor
que, implacável, me consumiu.

Que tivesses visto, sentido
o que realmente foi
não como mera vicissitude
o que dediquei a ti

Mas o ano se foi...ficou solidão!!!

No novo ano, homem
a despeito de todos os presságios,
todos os números e astros
quero poder apagar-te de mim

ah! Se com todo esse teu silêncio
ao menos eu conseguisse dormir...
poderia acreditar não ter amado
acreditar em mais nada...e seguir.

queria que não existisses...parar de sofrer
que não me tivesses feito esperança
dias e noites, na marcha das horas
transformados em espera inútil, pueril.

queria parar de chorar...e de esperar
que um dia visses a mim
não às mentiras que criaste
pra te ver livre de me amar

Que um dia te desses conta
que eu sou a chance de felicidade
a tua intensidade, colo e paixão
vida que vale, sem medo, viver.

Agora, de existir intensamente restou....
necessidade de esquecer
quero te apagar de mim
E morrer, morrer, morrer!!!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Vazio

Agora já não é mais dor...só vazio.
E o amor... que já não tem mais para onde ir...
vaga, perdido pela net,
onde um dia te encontrou
e te fez olhar pra mim...

Queria que pudesses me dizer...
o que, de verdade te afastou.
e o que escolheste, afinal,
ao invés do que eu te ofereci.

Como posso ter-me de volta
se um dia me pediste para ser tua mulher,
e eu me entreguei, eternamente para ti???
Como posso devolver-te a ti
se um dia te entregaste, homem, a mim??

Te amo, te amo!
Sinto muito que seja assim...

12/2/2008