quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

maio/2007

tá me dando uma...poesia

Tá me dando uma nostalgia...
dum tempo meu de verdade
de quando as palavras sentiam
o dissentido da vida

tenho saudades, amor

do teu perdimento,
da tua busca...e de mim
querendo que te achasses aqui

E saudade de mim mesma
numa era de coragem, ousadia
e tu, nem estavas lá...
Mas também a saudade é de ti.

abril/2007

pra que serve o vinho, afinal?

A taça de vinho está no fim
ainda não encontrei a resposta
porque nada queres de mim
nem ao menos me abres a porta

Me deixas aqui, aguardando
a resposta que não há de vir
e me consome a esperança
que me impede de fugir

Mais uma taça e talvez já não lembre
o quanto tua voz aquecia meus dias
do teu riso, que hoje me soa falso,
de alguém que só existiu em mim.


Pra que serve o vinho, afinal?


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aniversário
Todo dia preciso
lembrar quem és
e não quem eu desejei...
Queria tanto, que nem comparei
as datas das fotografias
e pensei que a culpa
só podia ser minha...


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Tanta pobreza de espírito
escondida nesse véu revolucionário
Contradições...
Tenho visto muitas por essa vida afora.
Hipocrisia vestida de transparência.
Que saudade das inocências dos meus 17.

janeiro/2007

viver
Cheguei a uma conclusão:
Viver desgasta a gente.
E pinta de branco meus cabelos castanhos...


´Hoje...
Hoje eu te vi na rua
Tanto tempo - quase não te conheci
e estavas tão diferente...
teu olhar já não tinha, amigo
a doce melancolia que outrora senti

Vi-te homem, decidido
Já não mais perdido em ti
Foi-se o charme que emanava da busca
E, agora que já não buscas
És um estranho pra mim



espera
Eu ficava mais bonita a cada dia
Só porque esperava o dia em que ia te encontrar
Mas o acaso não veio à tempo, nem nunca
A esperança tornou-se cansaço, pesou no peito
Pouco importa, agora, se anoiteceu
ou amanhecerá...



e...
E o que posso dizer-te agora...

Que só um prato é posto à mesa
E já não há como esquentar a cama
E que as flores murcharam sem rega
E os tesouros - descobriu-se -
não passavam de lendas pueris?



nem sei como...
Fiz-te meu Anjo
E nem sei como
pude viver sem ti.

Fiz do teu corpo
o meu corpo
das tuas tristezas
as minhas.

Só não pude fazer das tuas
minhas alegrias
Essas deste àquela que vinha passando,
e te seqüestrou de mim...

outubro/2006

Um dia...será?
E quando já não esperava teu olhar
Percebi que não eras quem eu pensei
Vi nos teus olhos um outro. Talvez...
aquele que tentaste me dizer que eras
E eu, cega, me neguei a conhecer

O homem que eu vi , e nunca foste
Talvez venhas a ser, quem sabe, um dia
Os caminhos não têm volta, percebe
Mas o que tiver que ser, meu amigo
Um dia será!


dói menos
Dói menos
dói menos
dói menos...

Resta só essa magoazinha
quase que despercebida
num cantinho mal varrido
do meu ser.




longe
Se eras para ela
não podias ser pra mim
e só agora percebi

que não eras quem eu via
que, se eu via, sonhava
e, se sonhava, voava (...voava e não via...)

voava pra longe, bem longe
distante demais...de ti...
e de mim...




sem rumo
meu peito, dilacerado
já não me indica pra onde
já não mostra um caminho
que valha a pena seguir.

um frio percorre meu corpo
vontade de chorar sem fim
as lágrimas vêm num soluço
e,então, nada espero de mim.

Os desígnios que me aqueciam
extinguiram-se à última chama
fico assim, só, sem esperança
de que o que queimou volte, enfim.





deriva
Vejo-te cambaleante
à deriva neste mar
que dizes ser de amor
e te leva onde pensas querer ir.

Vejo te tornares fraco
na doce ilusão da covardia
que te faz escolher
o morno para amar.

E faz sentir-te forte
pensas que vale a pena
trocar o nada em que acreditavas
pelo conforto do vazio

Curte cada momento
Que a vida te reserva muito
Fico aqui , calada
Esperando-te surgir

aprendo a vencer a mágoa
pra receber-te de volta,
já sem a ira dos rejeitados
ou a desesperança dos vencidos.

setembro/2006

Essência

Meu corpo de te amar cristalizou-se
Minha alma, por buscar-te, se perdeu
a essência, por um mantra evocada

ao teu silêncio, dissipou-se, esvaeceu.
Quis gritar-te por socorro, mas a voz
dos pulmões à boca não chegou
e fui morrendo, aos poucos, congelada
já sem essência, sem alma, sem nada.

abril/2006

Aridez
No rosto árido
a última lágrima
recusa-se a rolar.
Faz-se noite
sem jamais
ter-se feito dia.

março/2006

...
Quero ser luz...
só a noite me traduz
Quero ser foz
Sou meu próprio algóz

Tento ser forte, consistente
Rolo tal qual pedra de rio
Aguço meu corpo dormente
Resisto ao atrito, ao frio.

E essa saudade milenar
De tudo o que não vivi
Das coisas que quis te dar
Perdem-me por aí.


Em noites infindáveis
Sofro meus sonhos vadios
na busca de quem aporte
em meu cais seus desvarios.


contradição
Ia me reinventando
A cada passo que dava
Queria virar-me do avesso
Por ser de mim, ansiava


Sem depender, fui seguindo
Esse coração travesso
Queria viver cada segundo
Apaixonada, eu confesso


Passei a vida bordando
Bandeiras de liberdade
Foi assim, e vou vivendo
Em busca do amor de verdade

Diversos - agosto/2006

Origami
Rasguei-te do coração
que, de papel, amassou
como origami molhado,
desmantelou na minha mão.




Amores
Amores vêm e vão
Trazem coragem
Deixam pesares
Fazem cosquinha
Dão vertigem

Alegria estonteante
e a dor da agonia
de não se ter o amado!
Saudade, raiva, vazio
Quando tudo terminou.

Fica, então...a vontade...de amar de novo!




desperdício
Faz de mim o teu tesouro
Que eu quero é ser rainha
Adornada e nua em teus braços
Sentir-me frágil, inocente

Tira-me essa dor de viver
De ver-te desperdiçando a vida
Faz com que valha a pena
E, aí então...Veremos...





LUTO
Calem-se todos os gritos
Ventos cessem seus gemidos
Rios adiem sua busca
Congelem-se mares e lagos
E o tempo, pare de correr!

Meu coração está de luto
Chora ao reinado da dor
A esperança foi vencida
Por mentira, mesquinharia
E desejo do poder.