domingo, 8 de abril de 2012

Luto

Mesmo sentindo que não vinhas
comprei lasanha pro almoço
pó, coador pra passar o café
a tua manteiga, pão fresquinho
frios e uma garrafa de vinho

Mesmo percebendo que não vinhas
depilei pernas e virilha
banhei-me com óleos
bronzeei-me ao sol
e tentei esboçar um sorriso

Mesmo sabendo que não vinhas
sonhei com a tua chegada
com um abraço apertado
e até me pareceu ouvir
teus lábios dizendo: te amo

Mas o amor jazia morto
já não valia um telefonema
E o tempo foi passando
e as lágrimas brotando
borraram lápis e rímel


Sozinha, morri mais um pouco
O luto levou-me o sorriso...

Um comentário:

Fanzine Episódio Cultural disse...

DECLAMANDO

Eu era um cara normal
Mas, no momento em que te vi,
Descobri que a poesia não era um sonho,
Uma fantasia, tampouco uma miragem.

Ela sempre existiu em seu sorriso,
Em sua simpatia,
Nos seus abraços,
No piscar dos seus olhos...
Em cada batida do seu coração.

Se me tornei assim, eu confesso: sou poeta,
E quero morrer escrevendo,
Lendo, declamando:
Minha linda e eterna poesia.

* (Agamenon Troyan)